Monitoramento das infecções do sítio cirúrgico no estado de São Paulo: seleção e implementação de indicadores
MELLO, Débora Silva de
DOI: 10.11606/D.7.2013.tde-18072014-121004 Ano de publicação: 2013
Resumo:
Introdução: as infecções de sítio cirúrgico (ISC) estão entre as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) de maior frequência. Autoridades governamentais devem estabelecer prioridades para a vigilância epidemiológica, reconhecida como um importante instrumento para a redução das taxas de ISC. Vários países em desenvolvimento não possuem condições de conduzir um Sistema de Vigilância das Infecções de Sítio Cirúrgico (SVISC) que inclua todos os tipos de cirurgia; portanto, critérios devem ser utilizados para selecionar os indicadores mais adequados a serem monitorados. Desde 2004, o SVISC do estado de São Paulo tem focado somente as taxas de ISC dos procedimentos classificados como limpos; entretanto, em 2011 reconheceu a necessidade de implementar alterações no sistema vigente até então. Objetivos: o principal objetivo deste estudo foi selecionar e implementar indicadores para o novo SVISC do estado de São Paulo. Métodos: o estudo foi conduzido de agosto de 2011 a julho de 2013; uma combinação de três métodos foi utilizada sequencialmente: 1) Estudo metodológico de revisão da literatura e consulta a especialistas objetivando identificar os critérios mais adequados para a seleção dos indicadores a serem monitorados em âmbito governamental; 2) Elaboração de ferramenta documental para apoiar a implementação do novo sistema de VE das ISC; 3) Estudo epidemiológico descritivo dos resultados dos indicadores de ISC após a implementação do sistema. As instituições de saúde notificantes do novo sistema (n=555) representaram 82,7% de todas as instituições consideradas com potencial para notificação. Resultados: os principais critérios identificados para a seleção dos indicadores de ISC foram a) magnitude da realização do procedimento cirúrgico pelo Sistema Único de Saúde brasileiro; b) severidade do dano em caso de ISC; c) potencial impacto de estratégias de prevenção; d) recomendação por norma federal; e) potencial para futuro benchmarking com pelo menos três outros SVISC. A seguir são apresentados os procedimentos cirúrgicos selecionados para a vigilância no novo sistema e suas respectivas taxas de ISC para o percentil 75 e número de procedimentos cirúrgicos notificados referentes ao ano de 2012: parto cesariano: 0,79% (n=304.198), revascularização do miocárdio: 9,0% (n=12.000); artroplastia do joelho: 2,2% (n=10.225), artroplastia do quadril: 3,9% (n=9.984), craniotomia: 6,8% (n=8.514), mastectomia: 0,0% (n=9.515) e os seguintes procedimentos realizados por laparoscopia: colecistectomia: 0,0% (n=54.960), herniorrafia: 0,0% (n=21.627), histerectomia: 0,0% (n=9.071), apendicectomia: 0,0% (n=8.122) e colectomia 0,0% (n=1.963). Conclusões: o desenvolvimento de critérios suporta a seleção racional de indicadores de ISC para o monitoramento no âmbito governamental. Apesar da adesão satisfatória das instituições, os dados obtidos sugerem que algumas taxas podem ser subnotificadas. Esforços devem focar a melhoria da qualidade dos dados
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